Resenha de Marvel and DC Presents: The Uncanny X-Men and The New Teen Titans de Chris Claremont (roteiro), Walt Simonson (desenhos) e Terry Austin (arte-final).
Por Rodrigo Garrit
X-MEN criados por Stan Lee e Jack Kirby.
NOVOS TITÃS criados por Marv Wolfman e George Pérez.
NOVOS DEUSES criados por Jack Kirby.
Contém spoilers revelações sobre a história.
Na Terra, mais precisamente na Escola Para Jovens Superdotados do Professor Xavier, seus pupilos têm sonhos intranquilos, e Scott Summers também conhecido como Ciclope tem uma experiência bem real com sua falecida namorada Jean Grey.
Longe dali, na Torre Titã, a jovem Ravena também
sonha… e em seus pesadelos, ela vê seu Ego Espiritual ser devorado por
um imponente pássaro flamejante. Ao mesmo tempo, Slade Wilson, o Exterminador, que
no momento está a serviço da Intergangue, coloca em prática os planos
de seu sombrio empregador, usando o dispositivo de Metron nos lugares
onde Jean Grey manifestou a Força Fênix, absorvendo dali energias
residuais deixadas por ela e coletando-as com a finalidade de nada menos
que ressuscitar a Fênix Negra e usar seu poder para transformar a Terra em um segundo Apokolips.
Esses eventos interligados irão forjar uma aliança entre os X-Men e os Titãs, mas mesmo esses “X-Titãs” serão capazes de conter o poderio de Darkseid somado ao da terrível Fênix Negra?
“Darkseid…
o monstro se mantém sob controle tão rígido que nem mesmo uma partícula
emotiva escapa dele! Sua alma é um vácuo negro, seu poder… sua força…
são incalculáveis”! –Ravena
Esse é um clássico eterno para qualquer fã de quadrinhos que se preze,
publicado nos EUA em 1982, quando na mesma época a DC e a Marvel também
produziram encontros entre Batman e Hulk e Homem Aranha e Superman.
X-Men e Novos Titãs foi publicado por aqui pela Editora Abril em Grandes
Encontros Marvel e DC #2 e Grandes Heróis Marvel (primeira série) # 9.
Feito numa época mais inocente, mas nem por isso carente de qualidade,
ele pode ser considerado um crossover entre os X-Men, Novos Titãs e os Novos Deuses,
dada a importância dos personagens na trama. A história se passa numa
realidade onde os personagens do Universo Marvel e DC convivem
normalmente, (na assim chamada “Terra Crossover“)
sem a necessidade de viagens entre mundos para que eles se encontrem.
Todos se conhecem, ou pelo menos já ouviram falar uns dos outros. Isso
simplifica a história de tal maneira que até mesmo resta espaço para que
uma boa história seja contada, sem a necessidade da criação de
subterfúgios mirabolantes para explicar a presença de um no universo de
outro. Os eventos mostrados obviamente não influenciam a cronologia
normal das partes e quando a última página é lida e fechada, esse
universo mesclado volta para o seu lugar nos confins da imaginação e a
Marvel e DC seguem seus caminhos distintos e independentes.
“Os adultos me negam, mas as crianças me conhecem pelo que eu sou! Isso torna os inocentes perigosos para mim”! - Darkseid
Os autores souberam usar muito bem as semelhanças entre os personagens, e
os colocaram lado a lado para evidenciá-las de forma bem nítida, para
delírio dos fãs entusiastas. E não falo apenas das semelhanças óbvias
como a dos blindados Colossus e Ciborgue… eles levaram isso bem mais
além, insinuando um clima romântico entre Mutano e Kitty Pryde, os mais
jovens de cada equipe, o que deixou Colossus com ciúmes pelo tempo que
levou para Estelar lhe aplicar um beijo de língua a fim de aprender o
idioma russo…
Até mesmo o uso de Gar Logan, o Mutano e Wolverine tentando farejar juntos os inimigos não foi desperdiçado.
“Ameaças cósmicas estão fora de nossa capacidade de ação, Kory! Talvez seja melhor contatar a Liga da Justiça ou os Vingadores”! – Robin
Foi muito inteligente o uso das mitologias das editoras para chegar a um
denominador comum que fizesse sentido dentro da trama. O melhor exemplo
disso foi o fato da Estelar já conhecer a ameaça da Fênix, uma vez que
sendo um perigo universal, os rumores sobre sua existência se espalharam
rapidamente pelo cosmos, e a própria Lilandra doImpério Shiar contatou o Povo da Cidadela entre
outros impérios galácticos para avisar sobre a criatura. Tendo sido
escrava da cidadela, Koriander conhecia bem o nível de catástrofe
relacionado a Fênix.
O Exterminador entrou na história como o clássico inimigo dos Titãs, mas
também foi bem utilizado comandando a Intergangue, que nada mais é do
que uma facção dos asseclas de Darkseid na Terra e não demorou para que
ele comandasse sua própria horda de parademônios.
“Você
é atormentada por um mal que se rivaliza ao meu! Não pode me conter,
Ravena! Nós somos muito semelhantes… quase como irmãs”! – Fênix Negra
Também foi interessante verCharles Xavier desfrutando daPoltrona Mobius de
Metron… ampliando seus poderes e integrando sua telepatia aos poderes
empáticos de Ravena, fazendo deles alguns dos componentes mais poderosos
e decisivos para o desfecho.
Mas se por um lado as semelhanças foram evidenciadas, as diferenças
também não deixaram de ter sua vez, embora é claro, não com todo o
desenvolvimento que mereciam pela óbvia falta de espaço e até para que
não comprometesse o ritmo da história, mas tivemos alguns vislumbres
épicos de batalhas entre Wolverine e o Exterminador e da Fênix Negra
contra Estelar, por exemplo.
“Corta o papo furado e arranja uma cerveja bem gelada, elfo. Salvar o mundo dá muita sede”! – Wolverine
Walt Simonson estava em plena forma, desenhando com muito vigor e não
deixando nada a dever aos artistas em evidência na época, George Pérez
em Novos Titãs e John Byrne em X-men. Somando isso a um roteiro que leva
a história a um patamar épico, usando o que de melhor havia a se
oferecer dentro das duas franquias, o que temos é um item de
colecionador obrigatório para todos os fãs de super-heróis.
Fonte: http://www.actionsecomics.net/2013/04/x-men-e-novos-titas-quem-se-atreve.html
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